segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

De Virgulino a Lampião

Resenha do Livro - De Virgulino a Lampião
Autores: Vera Ferreira e Antônio Amaury



OBS: O livro tenta desmitificar os mitos existentes sobre Lampião, através da mídia, de pessoas que se dizem intelectuais e tenta colocar o Lampião como um monstro do sertão que não gostava de crianças, era estrupador, delinqüente e tudo de ruim Ou então sobre as batalhas, os locais que já passaram. É um livro feito de pesquisas de boca a boca, corpo a corpo com pessoas que presenciaram, viveram, e interferiam na vida de Lampião.

Virgulino Ferreira da Silva um rapaz magro, era filho de José Ferreira da Silva e de Maria Lopes tinha uma vida como todo trabalhador rural: batalhador, respeitador, sofredor das mazelas do povo que vivia na zona rural nordestino. Era o terceiro filho com dois irmãos mais velho que te acompanharam até as suas mortes - Ezequiel e Antônio. E mesmo sendo o mais novo era o mais disponível para enfrentar qualquer um, sempre com um espírito de liderança entre os irmãos: esse seria o futuro Lampião, o Rei do Cangaço.

Vivia na sua vida pacata como qualquer outra pessoa local. No interior pernambucano, mesmo parecendo um local muito calmo, bonito existem ainda todas as explorações ao povo com vida de gado, um povo marcado, povo feliz, tinha também que sofrer as opressões policiais do coronelismo, o roubo e muito mais. Sejam elas ricas ou pobres as famílias tinham tradições católicas. Uns dos grandes conhecidos padres do Brasil, que é Padre Cícero.

A família Ferreira fazia comércio de vendas e compras com fazendeiros ricos e outros. Até que um dia sentiram falta do produto que fora roubado por um cabra que trabalhava para o Sr. de sobrenome Salustiano que tinha um que ficou conhecido como Salustiano também. Os irmãos Ferreiras ao procurarem ao redor achou na casa desse cabra e encontraram só os materiais, onde fora já fugido pois, sabiam que podia ser morto se fosse encontrado. A família Salustiano preferiu acreditar no seu “funcionário”, do que na palavra da família do Sr. José Ferreira. E assim começou as intrigas entre as duas famílias. Esse fato do roubo foi o suficiente para causar a guerra entre as duas famílias. Como era práxis no interior nordestino ter muita violência entre as famílias como Ferreira, Carvalho, Pereira... Muitas delas usaram muito o cangaço, as volantes (policiais) para se defenderem e atacar.

Dentro de muitas confusões, a família Ferreira já tinha sido forçada a mudar de moradia, perdendo boa parte de seus meios de sobrevivência. Morreu Sr.Salustiano. A mãe de Virgulino morreu por não agüentar aquela pressão da violência, tempos depois mataram seu pai. Isso foi uma dor de arrancar coração para os Ferreiras. Disso veio a vida de estrada, de aventuras, de violência pelo Nordeste a fora.

Os Ferreiras vão conhecendo vários locais e várias pessoas, até que se encontra com Sinhô Pereira que era o líder de um grupo de Cangaceiros. Virgulino entra para o grupo e inicia sua “sina” de cangaceiro. Foi com Sinhô Pereira que ele aprendeu muitas técnicas de combate.

O cangaço já existia há muito tempo. Os cangaceiros andavam pelo mundo a fora com objetivo de encontrar moradia e terra para trabalhar, fugindo de perseguições, distribuindo as riquezas de famílias nobres e cormeciantes para o povo em sobrevivência. Antes de Lampião existiu uma gama de líderes, sendo ele o último nessa vida de banditismo por necessidade, banditismo por uma questão de classe. Eram católicos, respeitavam padres, eram caçadores e, isso também Virgulino iria se “transformando em outra pessoa”.

Depois que a cobra começou a fuma e o bicho pegar, Sinhô Pereira deixou essa vida de cangaceiro fugindo para outro estado e deixou Virgulino como o próximo comandante do grupo. Muitos também desistiram, outros morreram, alguns desertaram.
Em dia numa batalha, Virgulino ao atirar num inimigo dizia ascende lampião. Nas batalhas o bando atirava zombando, cantando, davam gargalhadas e conseguiam descontrolar seus adversários. Assim os parceiros começaram a te chamar de Lampião.
Lampião estava disposto a matar ou morrer. Muitas volantes, muitos fazendeiros de vários estados estava no seu encalce. Se juntou e teve apoio de muitas famílias, principalmente as pobres, de fazendeiros tudo em trocas de favores. O cangaço foi usado para várias travessuras entre famílias. Assim Lampião ia também conquistando espaço. Ao invadir e depois assaltar boa parte de dinheiros, produtos numa cidade, numa fazenda, ou distrito a riqueza em muitos casos eram distribuídos para a população mais carente de bem-estar. Foram vitórias e derrotas em centena de batalhas. Lampião, passou a ser conhecido pelo nordeste a fora. Vingou também as famílias que fizeram mal a ele e a outros companheiros e amigos.

Mas, se o seu “pai” Padre Cícero desse as ordens para ele não invadir uma propriedade ou cidade, Lampião imediatamente respeitava. Padre Cícero era
latifundiário, um político e milagroso no Ceará e em toda região. Quase não teve nenhuma batalha no estado cearense.

Num certo dia, Lampião recebeu um comunicado de comparecer no Ceará porque o Padre Cícero queria ver. O motivo do encontro seria em geral a Coluna Prestes. Ao dizer que estavam vindos comunistas que não acreditavam em Deus etc. de oferecer o cargo de capitão e mais três cargos de tenentes aos seus companheiros, e de perder suas terras, o padre convenceu o cangaceiro lutar. Apesar de ser um latifundiário, o padre era uma pessoa boa. Rezava para chover, para o Rio São Francisco não secar, era protetor do pobre nordestino segundo é conhecido.

Os cangaceiros na verdade nem chegaram a ter uma espécie de batalha direta com militantes da coluna. A Coluna Prestes incomodavam menos que os próprios coronéis, delegados...o que restou disso só foram as roupas, as armas e o recurso financeiro dado pelo exército para os cangaceiros. Por isso que muitas vezes ao ver muitos cavaleiros, o inimigo se confundia com soldados, pensavam que os cangaceiros eram volantes.


O seu amor da vida Maria Bonita, veio também de uma aventura. Ao freqüentar a casa da moça, Lampião começou a gostar da casada que também não estava mais gostando de seu marido. As volantes estavam como sempre no seu encalce, até que Maria Bonita como ficou conhecida depois que entrou no bando – fugiu com seu amor a primeira vista.

Depois de Maria Bonita, passaram a entrar outras mulheres no grupo de cangaceiros comandado pelo Rei do Cangaço. Seus companheiros passaram a arrumar suas companheiras. As mulheres não entravam em batalhas, ficavam nos esconderijos, ajudavam a fazer as roupas dos soldados. Quando foi necessário entrar na batalha, muitas passaram a morrer. Muitas são conhecidas como Dona Mocinha e Maria Bonita.

Os locais de hábito a ser invadido sempre foram locais menos desenvolvidos da região. As cidades como Mossoró que já tinha ferrovias, por exemplo, os cangaceiros ainda não tinham entrados. Até que um dia se viu necessário invadir, mas, teve muitas dificuldades de combater.

Assim como houve difilcudade na cidade de Mossoró, teve também em quase todo o Nordeste. O circo começou a se fechar. Era exército tirando os habitantes do sertão para outros lugares e assim cercar os cangaceiros. Todos os locais as volantes, o exército estavam conectados. Enquanto isso, Lampião ia conseguindo sobreviver, deixar de morrer por muitas e muitas vezes. Até o Governo da Bahia tinha proposto a quem pegar ou matar Lampião e seu bando, pagar uma grana seja civil ou soldado. Imagine como estava sendo essas perseguições.

Tem pessoas que antes de morrer, estão em um clima como se fosse que soubesse que iria partir, foi o caso de Lampião, sem nenhum espírito de presença no local.


Depois de Lampião, o cangaço acabou.

Alan Valadares, 13 de fevereiro de 2010, as 20:00


PS: 19 dias depois a campanha continua, com uma grande contribuição do parmito.

PS1: Eu já estou na fila para ler. rs

PS2: Vale a pena invadir o MUNDO DO VETTI!

PS3: As portas estão abertas para novas contribuições, vamos fazer uma grande campanha de incetivo a leitura.